quarta-feira, janeiro 24, 2018

O Amor Está Acabando, Como Despertar Interesse Novamente?

Jonas M. Olímpio 
https://ebvirtual.blogspot.com.br

Pequenos detalhes costumam
gerar grandes problemas que
podem até mesmo destruir um
casamento; por isso, é preciso
que o casal esteja sempre atento
a tudo, desde o comportamento
até mesmo à palavras que
pareçam inofensivas, mas que
possam ferir o cônjuge.
    O tempo passa, algumas coisas mudam; a pessoa amada envelhece, parece mais chata, mais fria, mais distante, menos interessante... Enfim, as vezes a situação chega num ponto em que a princesa tem a sensação de ter casado com um sapo, e o príncipe passa a se sentir como se tivesse casado com uma bruxa. Exagero? Quantos casais já perderam, ou estão para perder, seu casamento porque um dos cônjuges diz que não sente mais nada pela pessoa a quem ele jurou amor eterno? Sabe qual é a maior causa desse problema? Muita gente pensa que está se casando com um objeto inanimado: algo que nunca vai mudar de forma; e se esquece do princípio mais básico da lei da “Natureza”: Nascer, crescer, envelhecer e morrer. O texto de Provérbios 31:30 retrata perfeitamente essa realidade: "Enganosa é a graça, e vaidade[1], a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada"; sim, eu sei que o contexto dessa mensagem se refere à mulher, no entanto, em sentido geral, seu conteúdo abrange ambos os sexos, pois muitos são os homens que também confiam na própria aparência e mulheres que os escolhem pela beleza ou porte físico e não pelos seus reais valores: esse é o caminho mais curto para a decepção. É claro que não podemos desconsiderar quem nem todos escolhem pela aparência e que mesmo assim também podem se sentir decepcionados e perder o interesse; então, sejamos imparciais ao tratar esse tão delicado assunto.
    Homens e mulheres de Deus não devem se dar ao luxo de desprezar seu cônjuge. Porém, se chegar a acontecer o desinteresse, seja por qual for o motivo, não pode haver conformismo e muito menos o abandono da pessoa. Muitos alegam não estar errados, pois não se separaram da pessoa, mas, não mantém uma vida conjugal normal: não há harmonia e nem vida sexual ativa; e, quando há, é apenas para cumprir uma obrigação, ou seja: seu casamento passou a ser apenas uma associação de aparência: estão separados dentro de casa; apenas não oficializaram o divórcio. Você pode ter milhões de motivos para explicar essa atitude, mas nenhum deles te servirá de justificativa diante de Deus (Mt 19:3-9). O primeiro passo para solucionar isso é buscar compreender os defeitos, dar mais atenção às qualidades do que às falhas, dizer o que pensa em vez de esconder o que sente, propor soluções no lugar de só expor as críticas, olhar para si mesmo pra ver se também não está errando e, principalmente, pedir a Deus orientação para ter palavras e atitudes sábias para resolver os problemas e não aumenta-los (Tg 3:13-17).
    Mas, e quando você é o rejeitado? O que fazer? Aí a dor é maior e a busca pela solução também. Porém, nem tudo está perdido. Primeiramente é preciso analisar a fonte do problema, pode ser que você precise mudar algo que está incomodando seu cônjuge; posteriormente, procure agradá-lo: fazer-lhe aquilo que gostaria que o mesmo fizesse por você. Caso a falha não esteja contigo e a postura dele esteja sendo injusta, convide-o para um sério diálogo e se abra, mas mantenha o autocontrole para não colocar tudo a perder de uma vez. Se a situação estiver tão séria que ele queira se separar, tente evitar, mas, se ele for embora, esteja consciente de que a culpa não foi sua (1ª Co 7:12-16). E tenha sempre em mente que Deus deve estar sempre na direção de tudo (Sl 127:1a).
    As decepções são até compreensíveis, entretanto, é de vital importância lembrar que seu cônjuge não é um produto que você comprou no “TV Shopping” e pode devolver caso esteja com defeito ou não satisfaça suas expectativas; não existe garantia, prazo de validade, nem nota fiscal, ou seja: sem direito de devolução (1ª Co 7:10,11). Porém, quando a qualidade é boa existe um selo - o caráter -, mas ele precisa ser observado antes da “compra”; depois não adianta reclamar que foi vítima de propaganda enganosa. Você tem orado em busca de sabedoria para manter seu casamento? Lembre-se: a rejeição ao marido ou a esposa é pecado sim (1ª Co 7:2-5[2] [3] [4])! E jamais se esqueça: a vida de um casal não se resume na cama!



[1]Vaidade: Ilusão. Qualidade do que é vão, instável ou de pouca duração. Desejo imoderado e infundado de merecer a admiração dos outros. Vanglória, ostentação. Presunção mal fundada de si, do próprio mérito; fatuidade, ostentação. Coisa vã, fútil, sem sentido. Futilidade. Jactância, presunção.
[2]Benevolência: Boa vontade para com alguém (Et 2:17; Pr 18:22).
[3]Defraudar: Tirar o direito de alguém.
[4]Incontinência: Lascívia. Falta de moderação no controle do apetite sexual (1ª Co 7:5).

Jonas M. Olímpio

sábado, janeiro 20, 2018

Como Resistir às Tentações do Adultério?

Jonas M. Olímpio
https://ebvirtual.blogspot.com.br

Uma quebra de aliança
conjugal começa na quebra da
aliança com Deus. Se quer 

saber se está em condições de 
resistir às tentações carnais, 
analise como está sua vida 
espiritual.
    O adultério[1] é uma das mais repugnantes práticas pecaminosas, porque ele não somente mancha o caráter moral e expõe a diversos riscos as pessoas envolvidas, como também afeta a todos os que fazem parte da sua vida. Geralmente, aqueles que se deixam levar pela satisfação passageira dos desejos sexuais ou por falsos sentimentos travestidos de amor, usam até mesmo a própria Bíblia na covarde tentativa de se justificar dizendo: “A carne é fraca”; mas se esquecem que no mesmo versículo em que diz que a carne é fraca, o Senhor Jesus também diz que o espírito está pronto, ou seja: nosso lado espiritual conhece a verdade e quer fazer o que é certo. Além do mais, o contexto dessa Palavra refere-se à oração, então, se querem realmente inseri-la nessa situação, isso significa que a própria pessoa admite que precisa orar mais e, inclusive, vigiar - tomar muito cuidado - em suas atitudes (Mt 26:41). Porém, alguns de “ânimo” mais aguçado poderiam me questionar: “Mas, em relação à tentação[2] sexual é diferente: o corpo foi feito pra isso; existe nos membros sexuais um constante e incontrolável pedido de prazer”; e então eu teria que responder que, urgentemente, é preciso parar de se esconder atrás da própria fraqueza e olhar para as Escrituras Sagradas e ver que é sim possível à um ser humano comum - mesmo com todos os seus membros sexuais ativos e aguçados - resistir às tentações.

  I.   As causas da tentação: As tentações são inevitáveis, pois somos humanos (1ª Co 10:12,13; Tg 5:17). No entanto, é preciso estar atento para não ceder à elas, por isso é necessário saber evitar tudo o que possa nos derrubar através dos desejos carnais, os quais costumam se manifestar de várias maneiras:
a)      Os sentidos naturais do corpo: As portas de entrada que estimulam nossos desejos são os olhos, por onde vemos e apreciamos o que é agradável; os ouvidos, pelos quais somos convencidos a agir; o paladar, um meio que, mesmo ainda não havendo um contato direto, sente vontade de saborear o corpo alheio como pelo beijo, por exemplo; o tato, que é o mais estimulado principalmente quando há uma aproximação mais intensa: geralmente, um abraço; e até mesmo o olfato, que serve como meio de excitação para pessoas mais sensíveis aos mínimos detalhes. Controlar esses sentidos não é tão fácil; porém, é importante lembrar que eles são dominados pela mente, pois somos seres racionais. Baseados nesse princípio, basta procurarmos ter autocontrole, pensamento firme naquilo que é certo e ocuparmos a mente com coisas saudáveis (Sl 101:2,3; Cl 3:2,3,5,6; Fp 4:7,8).
b)     Se colocar em situações de risco: Como sabemos que somos sujeitos ao pecado, devemos reconhecer nossa fragilidade e evitar ficar a sós e manter diálogos muito liberais com pessoas do sexo oposto. Isso também inclui um extremo cuidado com as conversas em redes sociais. Uma conduta vigilante é essencial para o autocontrole (1ª Pe 5:8,9) e, se for necessário fugir, fuja (Gn 39:7-12)!
c)      Auto-exposição: Esse fator se refere a ambos, mas o cuidado deve ser bem maior por parte das mulheres, pois a exposição do próprio corpo com vestes ou comportamento inadequados, como sorrisos maliciosos ou olhares insinuantes, as torna um alvo desejável para homens mal-intencionados. A partir do momento que a mulher - propositalmente ou não - causa excitação em homens, passa a eles a impressão de estar usando um cartaz que diz “estou disponível”. Diante disso, se ela não tiver realmente firmeza de caráter, em algum momento poderá não resistir às inevitáveis “cantadas”. A preservação da própria imagem é essencial para a preservação moral (1ª Ts 5:21,22; 1ª Co 10:32).

     II.  Adultério é desrespeito ao cônjuge, à família e a Deus: Atos de traição não representam apenas um estado de fraqueza carnal e espiritual, eles expressam também falta de maturidade, o que reflete no desrespeito aos compromissos em relação a tudo e todos que estão a nossa volta. Vejamos alguns dos principais exemplos:
a)      Representa falta de amor: A pessoa que ama respeita. Ainda que a tentação seja grande, não consegue fazer ao seu cônjuge o que não gostaria que ele fizesse com ela; pois mesmo que a atração tenha diminuído e os defeitos pareçam ser maiores do que no começo do casamento, se existe realmente amor, qualquer detalhe pode ser superado (1ª Co 13:4-7[3]).
b)     Demonstra falta de responsabilidade: Uma pessoa que constitui uma família e depois a desrespeita demonstra que não tem firme compromisso diante das responsabilidades que assume. O casamento é formalizado a partir de um juramento no qual está incluída a promessa de fidelidade sob quaisquer circunstâncias até que a morte os separe. Tal juramento é feito perante o cônjuge, a família de ambos, o Estado, a sociedade, a Igreja e o próprio Deus. Não cumpri-lo significa ter mentido diante do altar numa cerimônia que, independentemente de ter sido realizada em um templo ou não, é inegavelmente sagrada. Mentir já é um pecado grave (Jo 8:44), quanto mais diante de algo tão sagrado quanto a família (Gn 2:24; Mt 19:4-6). Além disso, deve-se ainda considerar que o casamento não lhe foi imposto, foi voluntário; e, se foi voluntário, precisa ser respeitado (Dt 23:21,22; Ec 5:4-7).
c)      Significa falta de temor: Qualquer pessoa que tenha o mínimo conhecimento bíblico sabe que o adultério é pecado, até mesmo porque isso consiste numa grave afronta aos padrões morais do ser humano em qualquer sociedade considerada normal. É inaceitável que alguém que se diz cristão cometa um ato tão abominável e fique com a consciência tranquila, pois o Espírito Santo é sensível e exige pureza; assim sendo, se um adúltero não se sente mal em suas atitudes, isso significa que ele já estava afastado de Deus a muito tempo, porque uma pessoa que peca e ainda tenha o temor[4] divino, prontamente se arrepende, pede perdão e procura consertar seu erro. Quem se conforma com o pecado não tem mais aliança com o Senhor e precisa, urgentemente, resgatar seus sentimentos espirituais, antes que seja tarde (Rm 12:1,2).

  III.  As consequências do adultério: Como na grande maioria dos atos pecaminosos, o adultério não atinge apenas os adúlteros, mas todos aqueles que fazem parte da vida deles. Além da morte espiritual - pois o Espírito Santo não habita em um “templo” de prostituição (1ª Co 6:15-20) -, a pessoa que desrespeita seu cônjuge está se destinando a arcar com prejuízos materiais, morais e sentimentais que passam a segui-la a partir daí:
a)      O adúltero fica em descrédito: Pessoas que caem em adultério, - mesmo depois de se arrependerem -, ainda carregam uma mancha por toda a sua vida. No caso de não conseguirem resgatar seu casamento - pois a Bíblia dá direito ao divórcio ao cônjuge traído (1ª Co 7:15,16; Mt 5:32[5]) -, na tentativa de se envolver novamente com outra pessoa, sempre vai enfrentar a desconfiança e questionamentos devido às razões de seu erro do passado. Quando consegue resgatar seu antigo casamento, a confiança também já não é mais a mesma, porque perdoar não significa confiar e, na mente do cônjuge sempre vai ter o seguinte pensamento: “Quem errou uma vez tem a tendência de errar novamente”. E os prejuízos vão além do âmbito sentimental, pois atinge todas as áreas, incluindo a ministerial, na qual é muito difícil se erguer novamente. Tudo tem o seu preço, principalmente o pecado (Rm 6:22,23; Gl 6:7-9).
b)     A vítima do adúltero é prejudicada em todos os sentidos: Seja homem ou mulher, quem tira uma pessoa de sua casa e de sua família assim alterando todo seu modo de viver, deve ter perfeito juízo sobre a seriedade do compromisso que está assumindo, pois se o relacionamento não der certo devido ao adultério - ou até mesmo outros motivos -, Deus vai requerer dele a maldade de ter ferido os sentimentos e a dignidade de uma pessoa que pode até ser levada ao sofrimento e à depressão por ter confiado e acreditado que ao seu lado teria encontrado sua tão desejada felicidade conjugal. O bem-estar das pessoas que vivem ao seu lado também fazem parte da mordomia cristã, ou seja: da responsabilidade do crente (Lc 12:42-46).
c)      A família do adúltero sofre por seu erro: A única vítima do adultério não é a esposa ou o esposo, mas, principalmente, os filhos. Pois, além de perderem a confiança - e, as vezes, até o amor - na figura de quem eles tinham admiração e respeito, estão também sujeitos a seguirem os maus exemplos chegando a ser, futuramente, pessoas infiéis. A responsabilidade da educação dos filhos, principalmente em sentido moral, é dos pais (Pr 22:6; Ef 6:4).

    O adultério não começa na cama, mas na mente e depois invade o coração de quem não está firme com Deus (Mt 5:27,28); por isso, é necessário conservar-se puro e irrepreensível para não arcar com as suas terríveis consequências. Mas existe perdão para o adúltero? Sim. Existe! Pois a fidelidade divina não se corrompe pela infidelidade humana (2ª Tm 2:13); porém, é preciso reatar o compromisso com o Noivo enquanto Ele ainda está concedendo oportunidade para uma reconciliação (Ec 7:26; Pr 6:23-26). Resistir ao adultério vai além de controlar a mente, o coração e o corpo, mas também depende da valorização do seu compromisso com Deus; pois quem se relaciona seriamente com Ele, tem esse amor refletido no relacionamento com seu cônjuge (1ª Jo 4:20,21). Quer resistir? Então não tente justificar sua fraqueza e honre os valores mais nobres que um ser humano - sobretudo um servo de Deus - deve respeitar (Tg 4:7).



[1]Adultério: Quebra da fidelidade conjugal. Adulteração, contrafação, falsificação. Heresia, apostasia.
[2]Tentação: Atração para fazer o mal por esperança de obter prazer ou lucro. Pode vir do tentador (Gn 3:1-5) ou de dentro do ser humano (Tg 1.14-15).
[3]Leviandade: Procedimento irrefletido, precipitado ou sem seriedade; imprudência (Jr 23:32; 2ª Co 1:17).
[4]Temor: Medo. Respeito. Reverência.
[5]Repudiar: Rejeitar. Divorciar-se; Repudiar a esposa. Renunciar voluntariamente: Arredar de si; repelir.

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sexta-feira, janeiro 19, 2018

Como Devo Reagir Diante das Oposições à Obra?

Jonas M. Olímpio
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Texto Bíblico
Neemias 6:1-3 - Sucedeu que, ouvindo Sambalate[1], Tobias[2], Gesém[3], o árabe, e o resto dos nossos inimigos, que eu tinha edificado o muro, e que nele já não havia brecha alguma, ainda que até este tempo não tinha posto as portas nos portais, 2Sambalate e Gesém mandaram dizer-me: Vem, e congreguemo-nos[4] juntamente nas aldeias, no vale de Ono[5]. Porém intentavam fazer-me mal. 3E enviei-lhes mensageiros a dizer: Faço uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse, e fosse ter convosco?

Com os exemplos de Neemias
aprendemos que o crente
equilibrado em sua conduta, não
desce ao nível dos inimigos para
responder suas afrontas; ele
simplesmente diz que está muito
ocupado cumprindo seu trabalho
e deixa Deus fazer justiça em
seu lugar.
História
    Jerusalém. Ano 445aC. O cativeiro da Babilônia[6] já havia se findado e, aos poucos, os judeus eram enviados em grupos de volta à sua terra. Neemias[7], um copeiro do rei Artaxerxes[8], sendo um judeu temente a Deus e tremendamente apegado ao seu povo, recebeu tristes notícias sobre a situação de Jerusalém e, depois de orar e jejuar, sendo autorizado pelo rei, foi conferir de perto. Chegando lá, o que viu foi uma cena terrível: o que havia sobrado do muro estava aos pedaços, das portas restaram indícios de madeira e metal queimados, entulhos estavam espalhados por todas as partes de modo que ele nem conseguia passar com o animal sobre o qual estava montado, o povo estava em grande pobreza e sua identidade cultural, social e religiosa estavam sob forte influência dos seus colonizadores. A situação era gravíssima, pois um muro representava a segurança e a importância de uma cidade; e ele, como um fiel servo de Deus, sentiu-se na obrigação de tomar uma atitude. Mas o que fazer diante de um cenário tão caótico? Primeiramente, pedir a orientação do Senhor e, a partir daí, elaborar um projeto de reconstrução, reunir o povo, calcular os gastos, arrecadar o que fosse necessário, organizar tudo e dar início aos trabalhos. Fazendo isso, quando tudo estava em andamento, surgiu um grande obstáculo: os inimigos da obra: Tobias, Sambalate e companhia Ltda. Mas quem eram eles? Esses eram homens que ocupavam cargos importantes no governo e se sentiam ameaçados pela reconstrução dos muros, pois temiam que isso possibilitasse uma rebelião dos judeus, fato esse que lhes traria grandes prejuízos, pois Jerusalém era uma grande cidade. Esse é o perfeito retrato dos habituais inimigos da Obra que enfrentamos ainda nos dias de hoje: eles podem estar tanto fora quanto dentro da igreja, seus motivos são sempre a ganância material e a busca pelo status, seu alvo são aqueles que estão trabalhando pela edificação da Igreja e seus meios sempre visam a destruição dos que se opuserem aos seus planos malignos. Como devemos reagir perante eles? Neemias nos dá um perfeito exemplo de como deve agir um verdadeiro servo de Deus: “Faço uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse, e fosse ter convosco?”. Qual é o grau do seu envolvimento com a Obra? É apenas um membro dela ou está comprometido com ela?

Mensagem
    Qual é a sua prioridade? Diante da provocação você para de trabalhar e dá atenção ao inimigo, ou você ignora suas palavras e continua com sua atenção voltada para Jesus?

    As estratégias dos inimigos:
    Zombaria: Os inimigos usaram palavras ofensivas à honra, na tentativa de provocar o ego dos judeus (Ne 4:1-3). Muitas vezes somos afrontados pelos ímpios porque servimos a Deus ou até mesmo por crentes quando não concordam com nossa dedicação à Obra; porém, a justiça divina contempla todo sofrimento e age no momento certo (Sl 1:4-6).
    Falsas propostas: Vendo a determinação de Neemias, prepararam uma armadilha e se fingiram de amigos (Ne 6:2). O inimigo nem sempre se apresenta furioso e armado, por isso devemos estar sempre alertas a tudo o que nos é oferecido (Pr 26:24-26).
    Mentiras: Diante da persistência, os inimigos apelaram para a falsa acusação (Nm 6:6,7). As calúnias inventadas a nosso respeito somente nos derrubam se dermos ouvidos ao inimigo, pois quando resistimos somos justificados e honrados pelo Senhor (Mt 5:10-12).

    A resistência aos inimigos:
    Busca da orientação divina: A primeira reação de Neemias foi orar; ele “desabafou” com Deus todas as suas amarguras (Ne 4:4,5[9]). Quem busca a orientação de Deus, não somente consegue encontrar as respostas certas como também recebe paz em seu coração, pois começa a entender que seu verdadeiro inimigo é espiritual e não carnal (Ef 6:10-13[10] [11] [12]).
    Discernimento entre a verdade e a mentira: Nas tentativas de aproximação, que na verdade eram ciladas, podemos notar o discernimento espiritual de Neemias que não acreditou nos argumentos apresentados (Ne 6:2); nem mesmo os “profetas” conseguiu enganá-lo (Ne 6:12-14) e, prudentemente, já havia orientado o povo a vigiar enquanto trabalhava (Ne 4:17-20). Como servos de Deus, não podemos aceitar o fato de sermos enganados diante de qualquer argumento, pois temos que saber discernir entre a verdade e a mentira (At 5:1-3) considerando o fato de que o discernimento é um dom espiritual (1ª Co 12:7,10; 2:14,15) e, pelo meio do qual, nem mesmo os que usam o nome de Deus podem conseguir nos enganar (1ª Jo 4:1).
    Resposta firme aos opositores: Quando foi convidado para uma reunião com Tobias e Sambalate, percebendo que se tratava de um impedimento à obra, não tentou se desculpar e muito menos atendeu ao chamado, ele simplesmente disse que o que ele estava fazendo era muito mais importante (Ne 6:3). Quais são as respostas que estamos dando àqueles que tentam nos afastar das coisas de Deus (1ª Tm 4:1,2[13]; Rm 16:17,18[14])?
   
    O resultado da resistência:
    A conclusão do muro: O resultado da persistência, da coragem e da fidelidade a Deus foi excelente: eles conseguiram concluir o muro em cinquenta e dois dias (Ne 6:15[15]). A conquista do objetivo é certa, mas apenas para aqueles que não desistem. Não há como evitarmos a existência dos opositores, mas quem garante o sucesso da Obra é aquEle que ordenou que a fizéssemos (Mt 10:22; Gl 6:9).
    A exaltação do nome de Deus: O término da construção não somente alegrou aos judeus, mas também honrou a Jeová diante de seus próprios inimigos como também dos gentios (Ne 6:16); pois o serviço sacerdotal foi restabelecido (Ne 7:1,2); e o povo voltou a adorar livremente (Ne 8:1,6), podendo inclusive ofertar (Ne 10:37), assim alcançando um verdadeiro avivamento tendo sua fé fortificada (Ne 9:38). Qual é o objetivo que te leva a fazer parte da Obra do Senhor? Todos os trabalhos os quais tivermos oportunidade para fazer devem ser executados com amor e dedicação, lembrando-nos que trabalhamos para Deus e não para os homens (Cl 3:17; Ec 9:10).
    O resgate da dignidade do povo: Com a edificação dos muros passou a haver um controle sobre os habitantes de Jerusalém que lhes permitiu registrar suas genealogias (Ne 7:5); os que não pertenciam ao povo foram apartados, dando-lhes mais liberdade para se prostrarem diante de Deus (Ne 9:2) e assim puderam também voltar a zelar pela pureza do seu povo não estando mais sujeitos às mais diversas influências dos povos estrangeiros (Ne 10:29,30). Você tem se preocupado em manter-se puro vivendo nesse mundo tão corrompido pelo pecado? O verdadeiro crente preocupa-se muito em fazer a diferença em qualquer lugar que esteja (Jo 17:14-17).

Conclusão
    Sobrevivendo em tempos de supervalorização material numa situação em que o próprio Evangelho é encarado por muitos simplesmente como um bom negócio de grandes proporções financeiras, o verdadeiro cristão, que é aquele que não se rende aos “Tobias” e “Sambalate” que estão à sua volta, precisa se inspirar em homens como Neemias e no próprio Senhor Jesus Cristo para não se corromper e nem desistir de sua missão. Reconstruir muros já não é uma tarefa muito fácil, e com inimigos tentando impedir se torna quase impossível. No entanto, o que aprendemos aqui é que quando nos colocamos em oração pedindo a Deus que seja Ele o idealizador e executor de nossos projetos não há como a edificação não ser concluída. É assim que percebemos que os maiores obstáculos não são os opositores, mas sim nós mesmos quando não temos fé e confiança no próprio chamado. Neemias não precisou se expor entrando em brigas ou mesmo discutindo; sempre respondeu com mansidão e firmeza, e Deus cuidou de tudo por ele. Essa deve ser a reação de um verdadeiro cristão; o mundo precisa ver esse exemplo em nós. E, por essa razão, não devemos perder tempo em nosso ministério olhando e dando ouvidos às pessoas que não concordam ou não acreditam no que fazemos, porque se nós temos a certeza de que foi o Rei quem nos chamou e está nos capacitando, estamos mais do que autorizados a cavar os alicerces e prosseguir com o trabalho. Falando nisso, você já conversou com o Dono da Obra hoje (Ne 13:31b)?



[1]Sambalate: O seu nome na língua babilônia é "Sin-Uballit" que significa "Que Sim lhe dê vida" (Sim, na Babilônia, era considerado o deus da lua). Provavelmente nasceu em Bete-Horom, por isso era chamado de horonita. Ele foi o líder dos opositores de Neemias porque se sentia politicamente ameaçado com seu trabalho de edificação dos muros em Jerusalém. Seus filhos, Delaías e Selemias, tinham nomes judeus e sua filha se casou com o filho de um sumo sacerdote, o que dá a entender que ele possa ter feito as pazes com Neemias ou com seu povo.
[2]Tobias: Um amonita que foi um dos principais opositores à Neemias na reconstrução de Jerusalém. Era um provável oficial de alto escalão do governo persa. Ele e seus filhos se casaram com mulheres judias. Embora tenha sido recebido no Templo pelo sumo sacerdote Eliasibe, foi expulso por Neemias.
[3]Gesém: Chamado na Bíblia de arábio, acredita-se que foi um governador edomitas ou persa. Juntamente com Sambalate e Tobias, foi um dos principais opositores de Neemias na reconstrução de Jerusalém.
[4]Congregar: Reunir; juntar. Se reunir ou se juntar com outras pessoas.
[5]Ono: Citado no livro de Neemias (Ne 6:2), esse vale ficava a, mais ou menos, 32 quilômetros de Jerusalém.
[6]Cativeiro da Babilônia: Também chamado de Exílio ou Cativeiro da Babilônia, é o nome geralmente usado para designar a deportação em massa e exílio dos judeus do antigo Reino de Judá para a Babilônia por Nabucodonosor II. Este período histórico foi marcado pela atividade dos profetas do Antigo Testamento, Jeremias, Ezequiel e Daniel. A primeira deportação teve início em 598 aC.. Jerusalém é sitiada e o jovem Joaquim, Rei de Judá, rende-se voluntariamente. O Templo de Jerusalém é parcialmente saqueado e uma grande parte da nobreza, os oficiais militares e artífices, inclusive o Rei, são levados para o Exílio em Babilônia. Zedequias, tio do Rei Joaquim, é nomeado por Nabucodonosor II como rei vassalo. Precisamente 11 anos depois, em resultado de nova revolta no Reino de Judá, ocorre a segunda deportação em 587 aC. e a consequente destruição de Jerusalém e seu Templo. Governando os poucos judeus remanescentes na terra de Judá - os mais pobres - ficou Gedalias nomeado por Nabucodonosor II. Dois meses depois, Gedalias é assassinado e os poucos habitantes que restavam fogem para o Egito com medo de represálias, deixando a terra de Judá (ex-Reino de Judá) efetivamente sem habitantes e suas cidades em ruínas. É certo que o período de cativeiro "em Babilônia" terminou no primeiro ano de reinado de Ciro II (538 aC./537 aC.) após a conquista persa da cidade de Babilônia (539 aC.). Em consequência do Decreto de Ciro, os judeus exilados foram autorizados a regressar à terra de Judá, em particular a Jerusalém, para reconstruir o Templo. Esse cativeiro durou 70 anos.
[7]Neemias: Significa "Javé Conforta". Judeu, copeiro de Artaxerxes. Liderou um grupo que voltou do Cativeiro Babilônico para Jerusalém, onde foi governador e realizou reformas. Foi um homem de muita habilidade e coragem. É considerado um grande exemplo de liderança; uma de suas obras mais marcantes foi a reconstrução dos muros de Jerusalém sob forte oposição de Sambalate e Tobias. É o provável autor de um livro histórico do Antigo Testamento que leva o seu nome.
[8]Artaxerxes: Significa "Rei Poderoso" ou "Grande Guerreiro". É um nome próprio ou título (como César e Faraó) de três reis da Pérsia, dois dos quais são mencionados na Bíblia. 1) Artaxerxes I, apelidado de "Longímano" (mão longa), reinou de 464 a 424 aC. e proibiu a reconstrução do templo e de Jerusalém (Ed 4:7-23; 6:14). 2) Artaxerxes II, reinou de 404 a 358 aC. Ele deu a Esdras e Neemias autoridade e também mantimentos, ouro e prata para o Templo (Ed cap. 7; Ne 2:1-9; 13:6).
[9]Opróbrio: Desonra; vergonha.
[10]Principado: Dignidade de príncipe. Território cujo governo pertence a um príncipe ou a uma princesa. Mencionado na Bíblia também em referência a espíritos, sejam eles bons ou maus (1ª Co 15:24; Ef 1:21; 3:10; 6:12; Cl 1:16; 2:10,15).
[11]Potestade: Potência, força, poder. A divindade suprema, segundo a religião. Potentado.
[12]Hoste: Tropa, exército beligerante, corpo de exército. Bando, chusma, multidão.
[13]Cauterizado: Que sofreu aplicação de cautério (ferro quente, cáustico ou outro agente que queima e converte em escara (ferida de queimadura), ou destrói os tecidos a que é aplicado). Morto ou destruído por ação de ferro em brasa. Simboliza uma mente destruída (1º Tm 4:2).
[14]Lisonja: Bajulação. Agradar alguém por interesse.
[15]Elul: No calendário judaico, esse é o mês correspondente ao período de agosto e setembro.

Jonas M. Olímpio